27 agosto 2010

"gosto dos amigos
que modelam a vida 
sem interferir muito; 
os que apenas circulam 
no hálito da fala 
e apõem, de leve, 
um desenho às coisas. 
mas, porque há espaços desiguais 
entre quem são 
e quem eles me parecem, 
o meu agrado inclina-se 
para o mais reconciliado, 
ao acordar, 
com a sua última fraqueza; 
o que menos se preside à vida 
e, à nossa, preside 
deixando que o consuma 
o núcleo incandescente 
dum silêncio votivo 
de que um fumo de incenso 
nos liberta."

sebastião alba

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