09 março 2011

26.jan.2010



tentando atingir algo
quando não há nada para atingir

tentando ser complexo
quando simples é mais do que complexo

tentando ser diferente
onde diferente é dado adquirido
ou então ser igual
onde somos todos iguais

tentando limpar
onde sujo é mancha que não sai

tentando comer, ou não comer
quando não há vontade, ou há demasiada

tentando ser controverso
onde há ambiguidade a mais

tentando partilhar
onde somos todos frios e distantes

tentando amar
no espaço fechado de cada um

tentando sonhar
no pouco tempo que há para descansar

tentando lembrar
onde a velocidade do tempo come as memórias

tentando respirar
onde já nada é virgem e puro

tentando tentando não tentar
viver sendo
ser vivendo

tentando descobrir, inventar
onde aí sim
há um universo aberto
infinito

04 março 2011

3.mar

então, tanto de manhã como à tarde, estaticamente naquela posição, sentia o corpo totalmente inerte, sem vida ou energia, incluindo algumas partes que iam ficando sem circulação, logo, sem sensibilidade nenhuma. mas. estava com uma estranhamente confortável sensação de paz interior. de tal calmo estava o meu interior parecia que a minha alma flutuava dentro do meu peito, aos encontrões de um lado para o outro, por um lado a querer sair, por outro, perfeitamente confortável dentro de mim. fixava o olhar e via a energia à volta, uma barreira de um ar diferente, de um ar não tão transparente, provocando um movimento nas pessoas e objectos de pintura que me rodeavam. sentia.me quase como que se o meu corpo não existisse fisicamente, como que se estivesse diluída no ar envolvente. insistentemente, lágrimas nos olhos que eu não deixava cair, mas que se não fosse trabalho jorrariam com toda a intensidade. havia bastante tempo que não me sentia TÃO feliz cá dentro.