03 novembro 2010

assim a viver...

como a minha velha e sábia prof de matemática, graça gamito, do quinto e sexta ano dizia, aprender matemática é como subir um escadote, se não tens as bases (os degraus de baixo) o esforço que vais ter que fazer para conseguir aprender as matérias mais difíceis (os degraus do meio e seguintes) é muito maior. tens que gastar mais energia para conseguires dar um salto enorme para perceber a matéria mais difícil e seres bem sucedido.




sou um escadote.
as minhas ideias, pensamentos, acções... são os degraus.

sei o que tenho na cabeça, o que penso, o que sinto - os degraus de baixo.
sei o que quero dizer, o que quero fazer, o que quero ser - os degraus de cima.
mas faltam os degraus do meio.
falta uma ligação na concretização concreta.
às vezes sinto que não me consigo expressar exactamente como quero ou sequer expressar de todo, o que sinto. 

não me consigo libertar, estou sentada nos degraus de baixo, pacificamente, apaticamente... ou pendurada, balançando ao sabor dos meus impulsos.

tenho bem definido na minha cabeça o que tenho a atingir, mas aqueles degraus que faltam impedem.me de tal. há um espaço vazio que requer muita energia e preencher ou a procurar o que preencher e perceber como o fazer.
parece que me estou constantemente a tentar esticar para lá chegar, às vezes até ignorando pequenos pregos nas escadas ou outras pequenas ajudas, visíveis ou não tão visíveis. 


ou outra, por vezes fico impacientemente sentada no último degrau ao meu alcance, esperando que alguém me construa os degraus em falta ou que algo invisível me puxe para cima. engraçado que isso até acontece e das duas uma, ou me agarro com muita força aos degraus superiores ou rapidamente me deixo cair para baixo, para o mesmo, para o meu conhecido, para o meu conforto que se torna desconfortável. desconforto esse que parece que precisa de ser saturado para que me dê um vaipe de energia, para que o meu rabo de tão duro que está se queira levantar e fazer algo.


as vezes de tão cansada, farta ou ansiosa que estou nem me apercebo que as ferramentas para construir os degraus estão todas em mim, esperando em filinha para serem montadas, prontas a serem usadas. ansiosa? sim ansiosa, a ansiedade que me tolda a vista, os sentidos, o agir. o que me fecha em mim e não me deixa receber e absorver a energia ou sinais exteriores. sim... porque está visto precisar de aliados... só porque é mais fácil.


isto partindo do princípio que sei o que sinto e penso, porque às vezes o problema começa aí...






mas está.se bem... assim a viver =)

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