demasiadas perguntas a tentar compreender o sentido da vida, humana e não só.
pondo agora essa questão de parte e partindo para outra.
encontrar o equilíbrio da nossa vivência, na nossa personalidade, nas nossas acções e pensamentos e com isso na nossa coerência.
equilíbrio, se é que isso existe.
o que é o equilíbrio?! será conseguirmos encontrar um balanço perfeito entre o que temos de bom e de mau? será conseguirmos dosear na perfeição (partindo do princípio que perfeição existe) entre o que queremos e o que devemos ser e fazer? a harmonia pura?
acredito que assim conseguiremos ser pessoas coerentes e "mais felizes". como li uma vez: "There can be no happiness if the things we believe in are different from the things we do." (Freya Stark).
acho que conseguimos observar que existe um equilíbrio no planeta, excluindo os humanos com tudo o que temos vindo a destruir. a natureza tem ao longo dos anos vindo a "conseguir" gerir a vida. as espécies controlam.se umas às outras, umas extinguem.se outras evoluem e etc, mas no geral podemos afirmar que o ecossistema do planeta terra é um organismo equilibrado. o que é isto que faz o homem destoar por completo deste sistema???? é a natureza do homem ou é defeito???
e o planeta em si é equilibrado porquê? é suposto ser assim? porquê? é um instinto? foi assim planeado por algum deus? há sequer uma razão?
nesta fase da minha vida tenho como um grande objectivo ser uma pessoa equilibrada, pois tenho uma data de incoerências que me puxam para baixo e verdade seja dita me impedem de conseguir ser e fazer o que acredito e quero. uma das formas de tentar perceber essas incoerências e resolvê.las é, não só através de introspecção mas de conversas com outras pessoas. e tanto essas introspecções como essas conversas me levam a pensar que o equilíbrio é tal coisa inexistente. isto pode parecer um pensamento derrotista mas como vou tentar explicar, talvez não seja.
neste momento não sinto, não acredito que consigo ser e principalmente, sentir, aquilo em que acredito. há algo em mim que não "me permite". por exemplo, por mais que queira ser uma pessoa saudável e acredite que isso é realmente o melhor para mim, a verdade é que não sou. é algo que devo trabalhar para melhorar ou simplesmente render.me ao facto de que é nisso que acredito porque sou assim. estou a andar à voltas... o que vem primeiro? o que sou ou o que acredito em?? devo mudar o que não gosto ou conformar.me com o que sou e gostar de mim assim?? se calhar lá vem a história do equilíbrio outra vez...
neste momento não sinto, não acredito que consigo ser e principalmente, sentir, aquilo em que acredito. há algo em mim que não "me permite". por exemplo, por mais que queira ser uma pessoa saudável e acredite que isso é realmente o melhor para mim, a verdade é que não sou. é algo que devo trabalhar para melhorar ou simplesmente render.me ao facto de que é nisso que acredito porque sou assim. estou a andar à voltas... o que vem primeiro? o que sou ou o que acredito em?? devo mudar o que não gosto ou conformar.me com o que sou e gostar de mim assim?? se calhar lá vem a história do equilíbrio outra vez...
posso tentar comparar o tal equilíbrio de que falo a um artista de circo numa corda bamba. depois de muito esforço e treino o equilibrista lá consegue caminhar em perfeito equilíbrio de um lado ao outro da corda. mas se prolongarmos a corda infinitamente não acredito que tal sujeito se aguente até ao final. a corda é então a vida, não que a vida seja infinita, mas é bastante longa.
supondo então que não sou capaz de ser equilibrada, o objectivo passa a ser encontrar o equilíbrio do equilíbrio (soa a redundância). saber lidar com as incoerências e tentar sempre melhor. talvez seja esse o equilíbrio, aperceber.me que tal não existe, mas que esse mesmo é o saber lidar com os desequilíbrios.
faz sentido?? não me lembro da frase exacta, mas mais ou menos: a nossa vida não os acontecimentos, mas sim a nossa relação com eles. o nosso saber lidar da melhor forma.
foto da net, não me lembro de onde =S
"O que é o equilíbrio?"
ResponderEliminarÉ, para já, uma boa pergunta e que me suscita ideias e lembranças. Um passo é, por exemplo, um desequilíbrio, logo andar é uma sucessão de desequilíbrios. Parar é morrer ("a estrada" é um livro que como nenhum outro nos faz perceber esta ideia), há assim que transferir peso de um pé para outro. Ad eternum, porque não? O equilibrista se parar, cai e talvez a corda possa mesmo ser esticada até ao infinito. Porque não? Um passo de cada vez, como os animais, fazem uma tarefa de cada vez. Sem se auto-analisarem, creio. Vivem. Aprendem com os erros e seguem em frente.
Gosto desta tua foto para ilustrares o escrito. Faz-me lembrar o "clique" ao perceber a ideia do infinito. Lembro-me da minha mãe me dizer que os números eram infinitos e de eu não acreditar pois, pensava, a dado ponto acabaria o papel. Isto é, para mim, o suporte para escrever os números seria o seu limite. Mas um dia, ao olhar para o céu - vivíamos então em Moçambique com noites estreladas, imensas, escuras, brilhantes, infinitas afinal - percebi que encontraríamos sempre espaço para mais um rolo de papel e um ainda mais um. O infinito foi assim para mim, uma noite infinda, com rolos de papel cobertos de números pequeninos, cada vez mais pequeninos, desenrolando-se por ali acima.
TP
E outra ideia ainda. Ou por outra, a mesma mas com mais uma lembrança: a de uma criança que queria andar (para se autonomizar, penso) mas ainda não tinha o equilíbrio suficiente. Então gatinhava pelo chão fora até ir de encontro a um adulto, a qualquer adulto, trepava pelas suas pernas, punha-se de pé, dava meia volta, agarrando as duas mãos desse adulto e partia em frente arrastando-o consigo para treinar o andar. Tanto treinou que em pouco tempo o seu corpo percebeu a sucessão de desequilíbrio e dominou o andar. Confiou sempre - por um lado - pois percebeu que sozinha não o conseguiria. Exigiu - por outro- não ficou à espera que a viessem buscar para treinar.
ResponderEliminarEnfim, uma historieta...
TP
ps.gosto daquela ideia de faltarem os degraus do meio. Será esse que falta serem construídos. Talvez uns por baixo, por quem trepa, outros por cima, por quem segura. Algures a meio haverá uma confluência.
=)
ResponderEliminarFez-me pensar o dizeres que queres mas não consegues ser saudável...
ResponderEliminarEm cada ser humano existe uma força de vida e uma de morte. Muitas vezes a nossa forma de actuar tem precisamente a ver com o desejo de auto-destruição. Num ser equilibrado a força da vida ganha todas as batalhas. No entanto, tal como tu escreves, não há o equilíbrio eterno, não existe a perfeição. Eu penso que é essa dinâmica entre os diferentes desejos que nos permite ser flexíveis ao ponto de nos adaptarmos rapidamente a diferentes contextos.
Voltando ao assunto do não conseguir ser saudável... Talvez a solução passe por descobrir o que motiva essa força de destruição. Forçar-te a ser saudável é menos mal mas não te trará tranquilidade. Não há fluidez de energia. Há uma luta entre 2 forças.
Pode ser que o caminho esteja em perceber quais os problemas que se escondem no nosso mais profundo ser. Coisas que aprendemos a esconder de nós próprios porque doem.
À medida que vamos resolvendo problemas antigos que moldam o que somos hoje, a força da destruição vai deixando de se fazer sentir e o trabalho de te tornares saudável começa a ser feito com maior prazer.
Acredito ainda que mesmo resolvendo muita coisa há que ter em atenção que haverá sempre problemas e questões que temos de aprender a lidar.
Talvez o mais fácil é conseguir aceitar esta forma de ser e encarar os problemas sem ansiedade. Ter paciência e aprender a olhar de frente nos nossos próprios olhos.
Beijo bom
=)